No dia 15 de agosto, a Igreja celebra com alegria a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, dogma proclamado por Pio XII em 1950, mas crido desde os primeiros séculos do Cristianismo. Essa festa recorda que Maria, Mãe de Deus, ao final de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma ao Céu, glorificada por seu Filho como a Rainha do Céu e da Terra. Sua Assunção é uma antecipação da glória que espera todos os fiéis, e um poderoso sinal da promessa do Céu para aqueles que vivem em comunhão com Deus.
A Mulher Vestida de Sol
A liturgia da Assunção nos propõe a visão do Apocalipse: “Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça” (Ap 12,1). Essa mulher é Maria, mas também representa a Igreja fiel e glorificada. Em Maria, a Igreja contempla aquilo que ela mesma será um dia: santa, gloriosa, totalmente unida ao seu Senhor.
A Assunção, portanto, não é apenas um privilégio pessoal de Maria, mas um sinal da esperança cristã. Como diz o Catecismo da Igreja Católica: “A Assunção da Santíssima Virgem é uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (CIC 966). O corpo glorioso de Maria é testemunho de que o nosso destino último não é a morte, mas a vida eterna.
Maria: Modelo de Fidelidade e Obediência
A grandeza da Virgem não está apenas em seu papel materno, mas em sua resposta constante e fiel à vontade de Deus. O “sim” de Maria na Anunciação foi repetido silenciosa e corajosamente ao longo de toda a sua vida, especialmente aos pés da cruz. Ali, ela uniu seu sofrimento ao sacrifício redentor de Cristo, tornando-se verdadeira Mãe espiritual de todos os fiéis.
É essa fidelidade absoluta que Deus glorifica na Assunção. Maria é a mulher totalmente dócil ao Espírito Santo, humilde serva do Senhor, que guardava e meditava tudo em seu coração. Por isso, ela é exaltada. “Quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11). Maria foi exaltada porque viveu em total obediência ao plano de Deus.
O Imaculado Coração de Maria: Símbolo de Amor e Pureza
O Imaculado Coração de Maria, tão venerado nas aparições de Fátima, é a expressão perfeita dessa fidelidade amorosa. Ele simboliza o interior puríssimo da Virgem — cheio de amor por Deus e pelos homens, livre de toda mancha do pecado. Ao mostrar seu Coração aos pastorinhos, Nossa Senhora de Fátima nos convida à conversão, à penitência e à consagração a Deus por meio dela.
Esse Coração Imaculado é também um refúgio seguro nos tempos de tribulação e uma garantia da promessa divina: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.” Esse triunfo é o cumprimento das promessas de Deus à humanidade, que, por meio de Maria, nos oferece um caminho seguro para Cristo e, com Ele, para o Céu.
A Promessa do Céu
A Assunção de Maria nos recorda que o Céu não é uma utopia, mas uma realidade prometida por Deus àqueles que vivem no Seu amor. A Virgem é a “primeira entre os redimidos”, a estrela da esperança, indicando o rumo da nossa peregrinação.
Ela nos mostra que a santidade é possível, que a fidelidade é fecunda, e que o amor total a Deus transforma toda a existência em caminho de glória. Seu Imaculado Coração pulsa com o mesmo desejo do Pai: salvar todos os seus filhos e conduzi-los à felicidade eterna.
Conclusão: Caminhar com Maria rumo ao Céu
Celebrar a Assunção é renovar nossa fé na vida eterna e nossa confiança no amor de Deus. É também um convite a imitar Maria em sua humildade, pureza e fidelidade. Consagrar-se ao seu Imaculado Coração é acolher sua intercessão materna e aprender com ela o caminho da santidade.
Que a Virgem Assunta nos ajude a viver com os olhos fixos no Céu, sem nos distrairmos com as promessas vazias deste mundo. E que o seu Imaculado Coração, tão cheio de amor e fidelidade, nos ensine a amar a Deus sobre todas as coisas e a buscar, com perseverança, a glória eterna prometida a todos os que Nele confiam.
Pe. Luís Erlin, CMF